7.06.2010

Num debate puramente emocional, surge a tua música cessando qualquer tipo de dúvida ou mágoa.
Deste-me a conhecer todos os teus doces e amargos, achando sempre que doce era inexistente ou impossível.
Fazes-me pensar que viver é uma dúvida, mas mesmo o que penso em relação a ti é uma dúvida. Vendo bem as coisas, tu é-la nua e perfeita, como que um puzzle sem garfo e dor sem branco.
Ainda sinto o cheiro no meu ombro desse teu odor que me adormece e acalma os sentidos, mas estou preocupada. O teu cheiro desaparece levemente a cada minuto que passa, e é substituido por uma doce fragrância a lúcia-lima que vem do meu jardim. Odeio-a, quero que desapareça agora antes que desapareças do meu corpo. Quero-te, desejo-te aqui comigo, a olhar-me como o fizeste naquele dia em que eu acabei de falar e tu nada fizes-te se não olhar-me nos olhos. Sinto falta que tropesses em mim por seres despassarado e que logo em seguida me agarres os ombros para que não caia também.
Mas acima de tudo... Acima de tudo, odeio-te profundamente! Odeio-te por desencadeares em mim
uma vontade quase louca de te penetrar a alma com um beijo quando me olhas nos olhos. Por apareceres nos meus sonhos como dono dos mesmos e na noite a seguir dizeres que gostas muito de mim e nada fazeres.
Humf. Olhem para mim: "sem nada fazeres". Eu nada faço pois não quero mais erros, mais desilusões, mais amores não correspondidos.
Gostava de poder habitar esse teu corpo hipnotizante para poder saber se é amor correspondido ou apenas mais uma desilusão que me convence a ser uma vela de pavio curto.

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