6.24.2010

Sufoco

Ontem tive uma conversa, com duas pessoas, em que o tema era amar. Há muito aquela ideia na cabeça de que amar é dizer todos os dias que se ama tal pessoa, estar sempre com ela e agarrado a ela.
Porquê fazer isso? Eu acho que se se ama alguém, nós sabemo-lo, não o precisamos de relembrar constantemente, e não há necessidade de estar sempre com essa pessoa. Aliás a distância por vezes só intensifica mais o desejo de estar com esse alguém.
Amar alguém é quere-la, deseja-la, e não, ter de saber sempre onde está, o que faz e quantas vezes respira.
Outra coisa que me faz um pouco de confusão, são aquelas pessoas que vivem a contar o tempo que estão juntas... O que é que isso interessa? Para mim o mais importante é estar com essa pessoa, e aproveita-lo.
Acho que amar não deve ser sufocar ou ser sufocado.

Quem me dera conseguir explicar melhor a minha opinião...

6.07.2010

ANIMAL

No passado Sábado presenciei aquele que deverá ser o verdadeiro espetáculo. Um momento de turbilhões de pensamentos e sensações, antes do abrir das cortinas, o som de impaciência desorientada, que vagueia por entre o público...
De baixo das luzes dá-se a comédia e o drama, num misto de expressões e sentimentos entre as personagens, que focam no olhar, o afecto, a amizade e o respeito dos verdadeiros.
Há a interacção conosco. Sim, a peça não se passa apenas ali, nós estamos nela. É por isso, sinceramente que eu adoro o teatro, nós estamos lá, nós presenciamos o momento real e palpável, entramos nele, choramos com ele, rimos com ele, assustamo-nos com ele. E ainda podemos ver aquilo que nunca vimos nas pessoas. Podemos quase que ver os seus medos a desaparecerem, as suas experiências a revelarem-se.
E já no final, a melhor parte será o aplauso, em que a personagem é despida para dar lugar ao seu verdadeiro ser.

Enquanto assistia a tudo isto, ria e chorava e ainda chorava a rir.

E quando me perguntaram a opinião, não tinha palavras melhores do que: Foi incrível! Adorei! Amei! Excelente!

Ainda agora, não sei descrever com palavras aquilo que vi.

Apenas tenho uma palavra em mente:    ANIMAL

6.05.2010

Nós

Fazemos discursos, choramos até fazer poças de infelicidade, rimos ás mãos largas de momentos incompreendidos por outros.
Cantamos, mesmo sem saber a letra, mas sempre com o sentimento de cor.
Passeamos por entre verdes sem fim e cristalinos profundos e brilhantes que nos retiram daqui e nos transportam para lugares impossíveis nunca dantes encontrados.
Declaramo-nos em busca de alguém mais. Mais nós, mais completo, em fim mais... Alguém que nos completa como completaria esta frase.
Contudo temos medo. De quê? De tudo, tudo nos assusta e amedronta, até aqueles que nos são o forte impenetrável cheio de segurança. Com isso apanhamos grandes sustos, mas acabamos sempre por dar a volta por cima, ou não fossemos nós seres capazes de formular o absurdo que nos salva de ser apenas mais um.
Elouquecemos, gritamos, corremos em busca de paz interior, e encontramo-la, bem funda que nem poço de água inexistente.
E agora que acabou, temporáriamente toda esta babilónia de acontecimentos, a minha pergunta é:
Querem repetir?