Toda a minha vida achei que o Homem dava imensa importância a coisas de que não precisa, e que vivia em função dessas coisas.
Há 10 anos atrás, enquanto eu brincava à apanhada e ás escondidas, havia umas crianças estranhas, sentadas encostadas a uma árvore a brincarem com jogos electrónicos e muitas vezes de braços cruzados, por não terem nada que fazer. Eu achava estranho, o facto de crianças estarem entediadas, e não terem brincadeiras de crianças, mas não ligava.Os anos foram passando, os gostos, as vontades mudaram-se, mas as pessoas ficaram.
Hoje, tenho 16 anos, tenho 1,72 m, tenho olhos azuis, o mesmo cabelo com caracóis loiros e castanhos, a mesma vontade de amar e de viver. Mas viver nesta sociedade...
Como é possível viver no meio de uma sociedade consumista e materialista, onde a filosofia é "Os meios justificam os fins"?
Desde há uns anos para cá que me vim habituando a esta ideia de sociedade, mas este ano tudo mudou. Alguém com os mesmos ideais, estava ao meu lado, a desabafar para uma folha de papel, todos os seus pensamentos. Agarrei no papel, li, e fiquei a pensar em cada palavra em particular...
Há 2 dias atrás, vi um filme que estava há muito tempo para ver, "Into the Wild", filme esse que me deixou completamente agarrada à história desde o principio até ao fim. Foi como se tivessem tirado os meus pensamentos e os tivessem projectado, no grande ecrã.
A história é uma inspiração, e foi para mim um incentivo, para sair desta sociedade e finalmente experimentar uma vida lá fora, "No selvagem".
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